segunda-feira, 17 de dezembro de 2007

Fragmentos de um Cristal

Ondas de calor arrebatam
Revoltas de nervos em cego nó
Lábio impuro fervoroso balbucia
Bebe uma escura taça de vinho

Ambições vis - infâmia lançada
Passado envolto em lençóis opacos
Noites de amargura agonizantes
Não dorme... Estado de estupor

Basta! confesso! consumação e escárnio
Vida que vive a vida alheia à vida
Fico exausto em caminhos tortuosos
Sei que passo e ninguém vê!

Morte lenta - noite que perfuma
Faminta e sedenta em bote súbito
Natureza que incita o temor
àguas que aclamam o guerreiro em batalha

Reino Perdido - brejo sem lei
Hereditariedade pseudo-nobiliárquica
Violentada fortuitamente em berço
Lágrima de dor que rola e não cessa

Manifesto rompimento de vaidades
Acende tua fogueira e como fumaça se esvai
Em teus infortúnios e medos
Visão de um pesadelo que insiste

Finda uma era de dicotomia das razões
Resiste? chora sem saber a causa
A linha do tempo é tênue até que force o cristal
e o quebre em pedaços - fragmentos!