quarta-feira, 12 de dezembro de 2007

A CAIXINHA DE JÓIAS

Todos nós, sem exceção, temos uma história de vida. Uma história que a maioria nem se lembra mais. Mas todos nós temos uma história. Alguns têm a sua história guardada tão bem, que ninguém a conhece, mas quando em vez, entra em seu quarto e abre a caixinha de música que está na penteadeira e a deixa tocar. Ao descortinar-se o véu do passado, esquece as jóias da caixinha e outras jóias começam a brilhar. A contemplação hipnótisa-se com o brilho dos anos que ficaram lá atrás. A fita dá início à película da vida. Os primeiros anos de escola, a bela professora que demonstrava seu carinho de mestra ao ensinar, os dias que amanheciam chuvosos, turvo, quase gotejando tristeza na alma, a primeira namorada. Ah, Como era linda! Linda de morrer, ou de viver, nem que fosse na outra primavera. Chega a outra fase escolar. A universidade torna-se o novo lar. Outros horizontes descortinam-se no palco da cultura, outras visões do saber entrepôem-se entre o querer, o assimilar e o entender, mas o esforço ganha a porfia, a perseverança dá uma mãozinha e dela ganha os parabéns. Absorvido no tempo, dá início a outra fase da vida, uma nova estação chegou, é primavera, o casamento, os filhos que a cegonha não retardou e o amor, o amor que sempre estará presente, este não parou, nem ficou lá atrás esquecido no tempo, me acompanhou desde o passado, está no presente e certamente estará no meu futuro, para que eu possa relembrar o hoje que já será também meu passado, para quando novamente eu abrir a caixinha de jóia guardada no meu coração e contemplar o amor com outra visão.