quarta-feira, 31 de janeiro de 2007

A SAGA DA CUECA

Dependurei as cuecas,
na cordinha meu varal,
mas as gurias sapecas,
filhas do seu juvenal,
lideradas pela Zefa,
me aprontaram geral.

as cueca elas roubaram
pra brincar de carnaval
e numa vara espetaram
correrum pro canavial
o estandarte improvisaram
da porta-bandeira surreal.

a roupa dependurada
assim solta no vento
era assim muito rodada
e minha buzanfa ao relento
já tava inté gelada
veja só o que aguento !

Fui falá com o Juvenal
que caiu na gargalhada
- Ocê num leve a mal,
essa peça da gurizada
é tempo de carnaval
e elas tão arretada!

-Mas Juvenal meu cumpadi
veja minha situação,
o vento vem e invade.
onde num devia ir não
e minha cueca amada
virou foi pano de chão

-Num se aperreie amigo
isso inté ispanta o calô
ouça bem o que te digo
outra cueca eu lhe dô
pra num fica no desabrigo
aquilo que lhe tem valô.

Inté pru que num tem jeito
a antiga já tá perdida
e o que ta feito ta feito
mas num há de ficar ferida
aberta dentro do peito
de uma amizade tão antiga.

E as guria deixe comigo
que num hão de me escapá
vão receber o castigo
pra aprendê a não roubá
as cueca du meu amigo
mó de ir lá longe reiná.
Jorge Linhaça