sábado, 27 de janeiro de 2007

Decadência

Vai morrendo a cor do céu em outro crepúsculo,
e descendo dos cântaros poucas gotas num vazio
gotejando em mais um peito enegrecido e rústico,
ressequido pelos anseios de mais um dia que ruiu.
Envelhece a noite no ritual sombrio da cancela,
onde um monólogo de estrelas brilham risonhas
escoando a nobre prata suicida, que ri medonha
às avenidas assassinas sentenciando sujas vielas.
Claustro ou sedução, alegoria mórbida. Sim e não?
Complementam essa lenta decadência em irônica
gargalhada, e é nessa festa que a farda da solidão
vai despindo a tela descorada, estúpida e atônita.
No último ciclo
Sandra Ravanini