quarta-feira, 23 de maio de 2007

TELA COLORIDA

Nos olhos bailam sonhos silentes
na longa ansiedade da espera,
quietude quase impertinente
num tempo escuro que impera.

No coração, o alento como esperança
cavalga trotando a emoção,
alma inquieta qual criança
abrindo seu leque mágico de ilusão.

O dia desperta em auroras
matizando de cores a natureza
e minha essência enfim aflora,
matéria germinando sua beleza.

O orvalhar da lágrima se esvai
quando a solidão, imã algoz,
não mais os sonhos atrai
ao som mórbido da sua voz.

Finda a distância que nos separa
a vida se faz, qual tela colorida,
quando seu corpo me ampara
e a saudade parte, sem despedidas!...