quinta-feira, 31 de maio de 2007

ENFIM. SONHAR-TE

Chegar a casa e desejar-te,
Embriagado pelo teu cheiro,
E só poder, enfim, sonhar-te –
Com o que isso tem de verdadeiro –,

Tendo apenas uma pequeníssima parte
De um todo que se quer inteiro,
Torna-se tão mais difícil arte,
Quanto mais longe o teu cheiro.

Mas se a memória se sujeita
Ao dolo da vontade intransigente,
Se se obriga e nela aceita,

A imagem distante e verdadeira,
Terá no esforço aparente,
A sua reconciliação derradeira.