quarta-feira, 20 de maio de 2009

Erramos para acertar

Todos erramos querendo acertar.
Excepcionalmente,
algumas pessoas podem cometer
erros conscientemente,
mas ainda assim buscam a felicidade,
de forma desesperada,
mas buscam.

A solidão e carência afetiva
deixam a alma aberta a muitas
portas que em outras
ocasiões manteríamos fechadas.
Deixa-nos acessíveis,
frágeis e crédulos.
O feio pode tornar-se bonito e agradável;
o proibido, irresistivelmente atraente.

Achamos desculpas para convencer
os outros e nem sempre
convencemos nosso coração.

Mas insistimos...

Acontece de cometermos
erros imperdoáveis,
não aos outros, mas a nós.
Esses mesmos erros que nos
fazem querer não ter existido
por um momento,
querer apagar da memória e do tempo,
desaparecer,
ou chorar até que as lágrimas
lavem todas as nossas culpas,
mas sabemos que,
quaisquer que sejam nossas tentativas,
elas serão em vão.

E aprendemos com os primeiros erros?

Ah,
não... tentamos ainda e ainda
nessa busca incessante
pela felicidade...

Nos cegamos voluntariamente,
sem termos consciência do quanto
isso pode nos custar,
do quanto pode doer,
das penas que podem nos causar.

Ah!...
As más decisões não têm retorno,
os gestos cometidos não têm volta
e as palavras ditas se foram.
O que escrevemos, escrevemos,
por onde andamos
e não é nos agarrando a esses
detalhes que seguiremos em frente.

É justamente quando conhecemos
nossos erros e nossas culpas que
os evitaremos depois.

Sei que isso nem sempre acontece,
senão não cometeríamos duas ou três
vezes os mesmos desenganos,
mas um dia aprendemos.

Aprendemos que todo mundo erra,
todo mundo acerta,
todo mundo se arrepende e quer voltar atrás;
todo mundo chora algo perdido
ou uma decisão errada;
todo mundo já se sentiu a pessoa
mais infeliz e pequenininha em
um momento ou um outro e quis
esconder-se até de si mesmo.

Aprendemos que a vida tem curvas,
laços, boas e más intenções,
campos floridos e terras desertas;
aprendemos que para se viver é preciso
saber perdoar-se a si mesmo,
sem porventura deixar de tirar
as lições do que se vive.

Ser maduro,
completo e sábio não é ser infalível.
O mundo é feito de seres humanos,
corações e sentimentos e não
de super-heróis.

Ser maduro é buscar o melhor
do que vivemos,
acreditar que Deus perdoa falhas,
compreende nossas buscas e nos
reconforta a cada queda.

Ser maduro não é evitar
as flores que têm espinhos,
mas redobrar de cuidado ao colhê-las,
conhecer os perigos e não se deixar
dominar pelo medo;
é viver,
consciente de que se não
andamos não chegamos a lugar
nenhum e se erramos temos
direito sim a uma segunda,
mesmo uma terceira chance.
Porque nada há mais no mundo
que Deus deseje do que
a nossa felicidade.