O que restou de mim

Choro ...
Lágrimas incontidas
Tristeza, dor, angústia.
Nada me faz entender
Quando o homem diz buscar a PAZ
Se dentro dele mesmo
Esta palavra não existe.

Choro ...
Vejo desmoronar
Um mundo sonhado, idealizado
E desde os primeiros dias de minha vida
Desejado e muito esperado.

Choro ...
Assisto tudo, e nada posso fazer
Se nos corações alheios
Apesar de tantos clamores
No íntimo de cada um,
O ódio, a inveja e o desamor
São as armas que predominam.
Sejam elas quais forem,
Ferem e nos dilaceram
E nestes dias que seguem
Sinto-me cansada, desiludida
Decepcionada ...
E só encontro plantadas, as sementes de dor.

Choro ...
Quanta incompreensão, falsidade
Mentiras, culpas atribuídas
Palavras não medidas
Injustas acusações ...
Essa é a PAZ que vem sendo
Pregada aos quatro cantos do mundo
Mas ninguém pára pra pensar
Que pode-se matar, mesmo sem um fuzil na mão.

Choro ...
Sinto minhas forças me abandonando
A vontade de lutar, partindo
Sinto meu corpo doer e a alma enfraquecida.
Não sei mais no que acreditar
Nem mesmo no amor ... lindo!
Tão cantado em versos e prosas
Será que um dia ainda irá voltar?
Será que um dia existiu?
Não sei ... Não sei ...

Choro, choro muito...
Trago o rosto marcado pelo sofrimento...
Peço apenas a Deus Pai
Que me dê paz interior
E discernimento
Para que eu possa saber no que
E em quem acreditar.

Peço perdão pelas minhas falhas
Sou humana, passiva de erros mil.
Mas acima de tudo,
Peço perdão por aqueles que
Difamam, mentem, e injúrias cometem,
Sem medir a intensidade do mal que causam
E a intensidade do alcance que elas podem ter.

Eis o que restou de mim hoje...
Alguém que perdeu o rumo da vida
Descrente de tudo e de todos...
Alguém que não vê mais motivos para sorrir
Que perdeu a alegria de viver ...

Mas alguém que acima de tudo, também
Jamais perde a Fé em Deus,
Tentando reencontrar seu caminho novamente.

PAZ na terra sim, é o que mais desejo ...
Mas a começar pelos corações
Dos HOMENS, que nela habitam, "Desarmados"!