ALÉM DO INFINITO
Sigo minha estrela que me leva
No espaço azul do infinito...
Como uma pena, a mim ela carrega,
Elevando-me sem que eu me aperceba disso.
Soberba fito emérita, os planetas identifico,
Que com seus pares flutuam na imensidão.
São coloridos e com aspectos submissos;
Reconheço-os mesmo assim nessa amplidão.
Visito os glóbulos dos confins iluminados,
Vou pela chuva dos meteóritos enviezados
E lá de cima, bem de cima do universo,
Os meus olhos o distinguem bem de perto,
Numa clareira, como fogos de artífício...
Vejo bem tenrro e macio todo o principío
Que desbravou os mundos em seus reversos.
Apanho o respingo das quimeras,
Que num efeito no bio de tantas Terras
Se tremeluzem com o vigor do arrebol.
Sentada e plena na cauda do cometa,
Observo a olho nú em nova faceta
Transbordando de luz o nosso sol.
Fico acima de seus raios alaranjados,
E desço abaixo de um céu bem desenhado.
Entontece-me o calor, e sinto frio...
Mergulho incólume no colo desse vazio,
Para pescar filhotes de estrelas
Que me rodeiam para que eu possa vê-las.
Como um colar... assim comparo
E sorvo a luz que me molha nessa hora,
Para surgir deslumbrante e tão senhora
Nessa festa universal que a mim preparo.
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