quinta-feira, 16 de outubro de 2008

EQUILÍBRIO DO SER

O mundo precisa
de humanidade;
nós, do espelho-mundo,
para conhecermos
nosso próprio rosto,
limites e possibilidades.
Talvez, por isso,
sejamos diferentes
das coisas e dos animais
que estagnados
em seu estado bruto,
não têm projetos, não criam,
não desenvolvem processos.
Em nosso dia-a-dia
desafiamos o desconhecido,
queremos avançar... e para isso,
nos lançamos inteiros
em profundidades abissais
que causam espanto,
medo e angústia, dos quais
não podemos fugir porque
nos levam a descobrir,
criar, progredir...
O que nos engrandece,
se nada é belo,
se não existirem
os aplausos?
O que nos engrandece,
se nada ameaça,
se não houver o medo?
Aprendemos com
as quedas e os vôos,
atingimos o equilíbrio
quando perdemos
o medo das alturas
e dos horizontes infinitos;
quando abandonamos
o chão das fáceis certezas.
A recompensa dessa travessia
irremediavelmente chegará
mesmo quando cansados
e derrotados: vem da lição
extraída da própria
experiência adquirida,
o que já é uma grande vitória.
Romper com as fáceis certezas,
caminhar firme
diante dos desafios
e da frágil corda estendida
sobre o abismo
do nosso próprio ser
é o que nos leva à realidade,
coloca nossos pés no chão,
dá o perfeito equilíbrio.
O que nos engrandece,
se nada é belo,
se não existirem
os aplausos?
O que nos engrandece,
se nada ameaça,
se não houver o medo?