sexta-feira, 31 de outubro de 2008

Efêmero

Se pudéssemos ter consciência do quanto
nossa vida é efêmera, talvez pensássemos
duas vezes antes de jogar fora as oportunidades
que temos de ser e de fazer os outros felizes.
Muitas flores são colhidas cedo demais.
Algumas, mesmo ainda em botão.


Há sementes que nunca brotam e há aquelas
flores que vivem a vida inteira até que,
pétala por pétala, tranqüilas, vividas, se
entregam ao vento.


Mas a gente não sabe adivinhar.
A gente não sabe por quanto tempo estará
enfeitando esse Éden e tampouco aquelas
flores que foram plantadas ao nosso redor.
E descuidamos. Cuidamos pouco.
De nós, dos outros.

Nos entristecemos por coisas pequenas e
perdemos minutos e horas preciosos.
Perdemos dias, às vezes anos.

Nos calamos quando deveríamos falar, falamos
demais quando deveríamos ficar em silêncio.

Não damos o abraço que tanto nossa
alma pede porque algo em nós impede
essa aproximação.
Não damos um beijo carinhoso "porque não
estamos acostumados com isso" e não
dizemos que gostamos porque achamos que
o outro sabe automaticamente o que sentimos.

E passa a noite e chega o dia, o sol nasce e
adormece e continuamos os mesmos,
fechados em nós.


Reclamamos do que não temos, ou achamos
que não temos o suficiente. Cobramos.
Dos outros. Da vida. De nós mesmos.
Nos consumimos.

Costumamos comparar nossas vidas com
as daqueles que possuem mais que a gente.
E se experimentássemos nos comparar
com aqueles que possuem menos?
Isso faria uma grande diferença!
E o tempo passa...


Passamos pela vida, não vivemos.


Sobrevivemos, porque não sabemos
fazer outra coisa. Até que, inesperadamente,
acordamos e olhamos pra trás.

E então nos perguntamos: e agora?

Agora, hoje, ainda é tempo de reconstruir
alguma coisa, de dar o abraço amigo,
de dizer uma palavra carinhosa, de
agradecer pelo que temos.
Nunca se é velho demais ou jovem demais
para amar, dizer uma palavra gentil ou
fazer um gesto carinhoso.

Não olhe para trás. O que passou, passou.
O que perdemos, perdemos.
Olhe para frente!

Ainda é tempo de apreciar as flores que
estão inteiras ao nosso redor.

Ainda é tempo de voltar-se para Deus e
agradecer pela vida, que mesmo efêmera,
ainda está em nós.