sexta-feira, 3 de outubro de 2008

A DIMENSÃO DO AMOR

Quando nos enamoramos, o mundo toma as tonalidades da nossa
emoção.
O céu é mais azul, as flores são mais viçosas, o coração anda
atropelado no peito à simples lembrança da figura amada.
É comum que os primeiros anos do casamento sejam coroados de
gentilezas e comemorações.
Algo assim como a natural continuidade da doce fase do namoro.
É também bastante comum que, à medida que os anos se somem,
arrefeçam os arroubos espontâneos do afeto, escasseiem os telefonemas, a
oferta de flores.
É como se tudo fosse tomando ares de rotina.
Foi por isso que o oncologista, ao receber aquele casal em seu
consultório, admirou-se com a postura do marido.
Era um comerciante de meia idade, ereto, recordando a formação
militar.
A esposa era portadora de um câncer raro, terrível.
Concluída a consulta, o marido a acompanhou até a sala de espera
e retornou para falar a sós com o médico.
"Doutor, quando conheci minha esposa, há 40 anos, e nos casamos,
não tínhamos nada. Nem eu, nem ela.
A pobreza era nossa hóspede. Juntos, trabalhamos e amealhamos
fortuna.
Temos muitas posses, conquistadas ao longo dos anos. Tudo é
nosso. Somos sócios.
O que quero lhe dizer é que se for preciso gastar todos os
nossos bens, não teremos perdido nada. Simplesmente teremos voltado à
condição inicial.
Quero que o senhor se preocupe com o melhor tratamento existente
em nosso país e no exterior.
Dinheiro é problema meu. Estamos entendidos?"
E assim foi. Ele jamais reclamou de gasto algum. Por duas vezes
a levou a uma clínica nos estados unidos.
Dois anos depois, ela morreria.
Mais tarde, ele falaria ao médico do quanto amava aquela mulher.
Ele a conhecera em um baile militar e a convidara para dançar.
Quando a abraçou para a dança, ficou trêmulo e pensou: "Desejo passar o
resto da vida abraçado com essa moça."
Três meses depois se casaram. Ele fez um pedido formal mais ou
menos nos seguintes termos: "Quero pedir você em casamento para sermos
felizes. Prometo que nunca haveremos de brigar por tolices, como o tubo de
pasta de dentes.
Muito menos por ciúmes descabidos. Pretendo ser seu companheiro
pelo resto da vida, sentar na sala com você à noite.
Escutar a música que ambos apreciamos e me sentir em paz com a
mulher que mais desejo, no melhor lugar do mundo, nosso lar."
Ele cumpriu a promessa, até a última palavra.

Pense nisso

O amor tem a dimensão que você lhe dá. Torná-lo grandioso,
altruísta, é de sua livre escolha.
Fazer da vida a dois uma sucessão de momentos de felicidade,
também.
Pense nisso e não deixe passar a excelente oportunidade de ser
feliz, o quanto possa, até que possa.