terça-feira, 15 de abril de 2008

VIDA E SONHOS DE UMA CRIANÇA

Inclementes tiraram-me a vida e com ela minhas mais coloridas esperanças, meus sonhos mais sublimes também. Eu era apenas uma criança que só pensava em brincar, mas eu também sabia amar, apesar de minha pouca idade, eu também sabia amar. Eu amava meus pais, meus avós, meus tios, minha professora, meus amiguinhos e todos que me cercavam, eu também sabia amar, mas a pesar do amor que eu abrigava eu meu pequeno coração, tiraram-me a vida tão brutalmente como se eu fosse o mais feroz dos animais. O que mais está doendo não é a vida material que hoje me falta, mas a dúvida sempre interrogativa do por que. Eu era apenas uma criança que sonhava todos os dias, que tinha os olhos a brilhar quando avistava uma flor ou quando a noite olhava as estrelas do céu a cintilar. Eu amava a natureza e tinha a esperança de vê-la restaurada de suas feridas tão doloridas. Apesar de minha pouca idade, eu tinha um ideal de vida, eu queria ter também o direito de crescer, de ver os anos passarem, de poder chegar à adolescência, assistir o tempo fazer-me moça e curtir a vida em toda plenitude, sentir a juventude crescer com meus sonhos, assistir meus ideais se realizando com a felicidade da vida que eu desfrutava, a mim presenteada por Deus, mas nem a Ele respeitaram inclementes tiraram-me o presente que Ele me deu, a vida. Hoje eu tenho outra vida, vivo como um lindo passarinho no céu a voar, e quando eu quero descansar, pouso em Seu colo e sinto Suas Santas Mãos a me afagar, por isso eu continuo a amar, amo até aqueles que me privaram daquela outra vida. Hoje eu vivo em outro lugar, mas tenho o amor eterno a me adornar.