Descrevo-te, lágrima!
Chuva fina que me persegue a face
São águas termais e nulas
Palavras que cortam e ferem
Crescem nos olhos, nascem no coração;
A lágrima!
Fiel companheira da mágoa
Alívio que sufoca o peito,
Caminha, desliza e afaga;
Finda na boca trêmula
Furiosa e intempestiva – até cura;
Forte presença, encanto indolor!
Amor que a tristeza agoniza
Gera prantos que consomem em dor
Um jogo da vida
Em que aberta a ferida
Seca na palma da mão
São sonhos desfeitos, sementes de ilusão!
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