quarta-feira, 2 de maio de 2007

Medo

Muralha essa neblina
embota os relevos,
tropeço onde conheço
com as pedras já não atino
fugindo do sofrimento
da vida perco o estímulo.
Cofre cujo segredo
está perdido, o medo
com seus matizes
descolore toda a tela
impressa pelo destino.
Em exílio nos porões
reprimidas emoções
sem alforria agonizam.
Delirando transitar
ruas, becos e avenidas
ficam febris e adoecem
cativas elas fenecem
restando um corpo
inerte, mera fachada
da vida, nem sol
nem lua aparece
o eclipse não termina