terça-feira, 8 de maio de 2007

Deixa-me!

Não temo a ti, morte insana!
Mas tenho pavor sim, de ti
Vil mentira em vida!
Por que teimas em açoitar-me?
Por que não me liberas de teu julgo algoz?
Liberta-me!
Deixa-me!
Dai-me Paz!
Dai-me a vida de volta!
Poupa-me de teu crivo!
Pare de sussurrar meu nome
Aos alheios ouvidos
E soprá-lo aos quatro cantos vãos
Em vão!
Não amo mais
Não choro mais
Nem tampouco morro,
Pois tiraram-me o chão dos pés
Os soluços da garganta
E a verdade das mãos!
Foram-se amigos
As crostas grudam nas paredes
As mentiras alicerçam os gradis
A solidão apodera-se do ventre
Mas salvo-me no reduto de minh'alma
Pois lá vive o meu Deus e a verdade!