sexta-feira, 4 de maio de 2007

Amor insone

Coloque estradas sob meus pés,
palavras na minha língua,
brilho nos olhos que carrego
cego como a solidão insone.


Por detrás de alguma casa
um rosto se esconde,
uma noite que passa e me rouba
cada sonho de ontem.


Impiedosa noite da despedida,
ouve-se uma canção sem nexo,
partituras esquecidas sobre o piano,
como esquecido fui após o beijo.


Voltarei aos olhos de ontem,
um dia devolverão meus sonhos,
daí então caminharei com meus pés,
a que amo, beijarei com minha boca.


Apaguem a luz dos olhos,
fechem as janelas, as cortinas,
coloque os corações a dormir, volto,
um dia, um talvez, um para sempre.