quarta-feira, 28 de fevereiro de 2007

Extinção

Ó belíssima dama, ajoelha-te ante a serra,
entoando qual um doce gemido agônico
e no teu último orgasmo lírico e atônito,
queimando diante de mim, direi: oh, como és bela!


Senhor de minhas entranhas e azuis mistérios,
vesti-me de borboleta e rendas em relvas
verdejantes, fluí a verdete dos seios às selvas
bronzeando os elmos e os escudos do teu império.


Dá-me do ventre formoso a seiva do urânio,
dispa a luz do teu ouro bailando tão cômica
e ardendo teu sexo nessa dança atômica,
dessedenta o gozo e a fome e a pressa do ozônio.


Fendida de amor deitarei em meu negro carvão,
consumindo a minha reserva, então, chorarei
e em lágrimas contaminadas por tuas leis,
jazendo na fumaça eu direi: oh, tu e eu em extinção!