sábado, 2 de agosto de 2008

Parar para ouvir

Como anda sua habilidade para ouvir os outros? Você tem paciência de parar para escutar alguém? Eis algumas reflexões importantes sobre o tema:

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Millie Esposito ouvia, com atenção, quando um de seus filhos tinha alguma coisa a lhe dizer.

Certa noite, estava sentada na cozinha com o filho, Robert, e, após uma rápida discussão sobre uma idéia que ele alimentava, ele disse:

Mãe, sei que a senhora gosta muito de mim.

A Sra. Esposito comoveu-se e comentou: Naturalmente gosto de você. Duvidava disso?

Robert respondeu: Não, mas sei realmente que a senhora gosta de mim quando quero conversar sobre alguma coisa, e a senhora pára de fazer o que está fazendo, só para me ouvir.

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Quantos de nós paramos para ouvir nossos filhos?

Quantos de nós paramos para ouvir o outro, assumindo essa postura respeitosa de atenção ao semelhante?

E quem não gosta de ser ouvido? E ser ouvido com atenção.

Dialogar com alguém que nos ouve atentamente, que espera que concluamos uma idéia para, só então expor a sua, é um grande prazer.

Uma pessoa que só fala de si mesma, que só pensa em si mesma, é irremediavelmente deseducada.

Aquela que sabe ouvir, por outro lado, faz-se simpática, querida, e inspira confiança plena nos outros.

Um homem que conheceu o célebre Sigmund Freud, descreveu sua maneira de ouvir da seguinte forma:

Fiquei tão fortemente impressionado, que não o esquecerei. Ele tinha qualidades que jamais encontrei em homem algum.

Nunca, em toda minha vida, vi atenção tão concentrada. Seus olhos eram meigos e suaves. Sua voz era calma e macia.

Fazia poucos gestos. Mas a atenção que dispensava a mim, seus comentários positivos sobre o que eu dizia, mesmo quando eu me expressava mal, eram extraordinários.

Você não imagina o que significa ser ouvido daquela maneira.

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Quem sabe ouvir já ajuda, sem precisar falar coisa alguma, muitas vezes.

Assim, se desejarmos ser bons conversadores, bons amigos e bons conselheiros, sejamos ouvintes atentos.

Para ser interessante, seja interessado. Faça perguntas às quais o outro sinta prazer em responder. E aproveite para aprender também.

Doando atenção, doando seu ouvir atento, certamente você estará ganhando, além da gratidão do outro, experiência, conhecimento e discernimento.

A falta de tempo jamais poderá ser desculpa para o não ouvir. Basta que sejamos disciplinados, organizados, e descobriremos que teremos tempo para ouvir.

Ouvir é doar-se ao outro, por isso, alegar escassez de tempo para se dar, para praticar esta nuança de caridade, é se autocondenar à estagnação espiritual.

Tal gesto de amor poderá ser praticado por qualquer um, independente de idade, poder aquisitivo ou grau de instrução. Todos podemos nos doar, ouvindo.

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Jesus, o grande exemplo para a Humanidade, era um excelente ouvinte.

Prestemos atenção nas passagens evangélicas, analisando-as sob este prisma, e percebamos que Ele sempre se posicionou como bom ouvinte.

Escutava com paciência e ternura todos os que Dele se aproximavam, pedindo auxílio e consolo.

Jamais interrompeu alguém, e sempre debruçou sobre eles olhar atencioso e amoroso de quem se interessa pela vida de seu semelhante.