Por medo de sofrer
Vives guardada em recato.
Escondes de ti mesma o fato
Do amor real que tu tens.
Guardada em nome da dignidade,
Esquecestes de uma a verdade
Que este amor te faz bem.
Te fechas e te repreendes.
A teus instintos te prendes
E sofres com teu fervor.
Na barreira por ti construída
A paixão se vê reprimida,
Impedida desse amor.
Não te verás prostituída
Se fores então possuída
Pelo fogo que te queima.
Jamais te sentirás mulher,
Nem por instante sequer,
Perdida nesta teima.
Perdes pois o prazer da vida
Em nome de uma ferida,
Marca do teu passado.
Sofres em nome de quem?
Pois se existe outro alguém,
Por ti apaixonado!
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