quinta-feira, 10 de abril de 2008

PONTE DE SERVIÇO

Chegamos ao nosso momento de socorro espiritual.

A dor nos bate à porta do sentimento, o remorso se traveste de violência, as recordações infelizes agitam-se na desesperação, o tempo malbaratado surge como fantasma opressor, os sentimentos anestesiantes perdem a expressão e ressurgem como cobradores impenitentes, as paixões dissolventes abrem-se em feridas morais que pululam, fazendo que a consciência afinal desperte na vida depois da disjunção do cadáver.

A misericórdia do Senhor, no entanto, faculta a este sem-número de equivocados que, através da porta socorrista da mediunidade, possam ter uma consciência mais límpida em torno das responsabilidades malogradas, facultando-lhes a antevisão de um futuro de promessas que lhes cumpre lograr desde hoje.

No grupo de trabalhos em que se conjugam os esforços dos encarnados laboriosos e os desencarnados em abnegação, a dor fustigante é a nossa ponte de serviço ao Espírito aturdido, que é o irmão que nos chega falando-nos da fraternidade de que necessita, da solidariedade que lhe faz falta e do amor que o conduzirá ao encontro de si mesmo.

Conscientes de que o nosso dever, no corpo ou fora dele, é servir e servir, apressemo-nos para o ministério da enfermagem espiritual com verdadeira unção.