domingo, 20 de abril de 2008

DESENCONTRO

Se perdeu ao longo da vida

Em árdua procura

Tentando encontrar o que perdeu um dia

Mortificou seus dias

Num desencontro que o crucificou.

Sonhava incessantemente...

Pobre homem!

Vagava no seu delírio

E chamava pela amada

Pelas ruas da cidade

Como se essa pudesse ouvi-lo.

Taxavam-no de louco!

Não sabiam de sua estória

Do amor que levava em suas entranhas.

Fadado agora à uma solidão profunda...

A vida já tinha decretado a sentença

Da perda total que ele não sabia.

Acorda, homem!

De nada vale seus gritos

Essa procura infinita.

Ela já se foi à muito

Não voltará aos seus braços; mesmo que queira

Mesmo que enlouqueça!

Hoje só se aproximará de você feito uma brisa.

A morte em sua dança sinuosa

Seduziu-a eternamente

Levou-a em seus braços.

Ouve os teus gritos e gemidos

Mas não pode atender os teus ais

Nem agora... Nunca mais!