segunda-feira, 14 de abril de 2008

AI DE MIM!

Ai de mim com tantos ais,
vivendo assim temporais...
Que eu não mude tão rapidamente,
como a tarde no poente!
Terei longa noite à frente...
Lembranças que se levantarão dormentes,
Carrascos das minhas horas.
Ai de mim, se não mudar agora...
Antes do entardecer!
Irei chorar a dor de nada ter.
O coração vazio!
Senão estes ais...
Ai de mim com tanto frio...
Ai de mim tão aflito,
que não solta nenhum grito de socorro
e escuta ao menos um eco no silêncio!
Ai de mim, se não levar o vento
aos ouvidos da minha amada...
Terei longa noite pela frente.
Alma rasgada,
o pranto dos perdidos.
Ai de mim, com tantos ais!
Um sequer vencido.
Que não me mude tão rapidamente...
Limpando de vez a mente,
antes da tarde finda!
Morrerei de só...
Com meus ais, ainda!