quinta-feira, 17 de setembro de 2009

O Que Estamos Fazendo?

Onde urge a tempestade de dor,

arrastando corações aflitos na enxurrada do desespero,

transformemo-nos no abrigo acolhedor e amparemos,

dentro do possível, contribuindo de algum modo

para que o sofrimento diminua.

Encontrando irmão com fome,

à beira da loucura ou da inanição, façamo-nos

portador de um prato de alimento

ou de um pedaço de pão,

só erguendo-lhe a esperança,

mesmo que seja com alguma dificuldade.

Observando criaturas doentes

a perambular em busca de socorro,

lembremo-nos do Cristo quando avisou que

“os sãos não têm necessidade de médico”

e improvisemos a gota de remédio

em nome da caridade.

Registrando a presença de crianças abandonadas,

mesmo dentro de lares,

movimentemos recursos de amor e afetividade

para minorar, um pouco que seja,

seus padecimentos,

construindo instituições de amparo à infância

ou servindo nas já existentes.

Vendo jovens escorregando

pelos desfiladeiros das dependências tóxicas,

e seus familiares atolados no lamaçal das aflições,

falemos do valor da religiosidade e

saiamos de mãos dadas com eles em busca de Jesus,

proporcionando-lhes novos caminhos

e outras direções de vida.

Conhecendo chefes de famílias desempregados,

sem conseguir o sustento de cada dia,

no atendimento à rogativa básica dos filhinhos,

busquemos estender-lhes o nosso amparo,

ofertando roupas, calçados, comida e remédio,

sem censura ou perguntas inoportunas,

até que a situação se normalize.

Identificando o analfabetismo

e a ausência de cultura em qualquer comunidade,

montemos salas de aulas para difundir

ensinamentos oportunos,

pois não se poderá erigir uma sociedade,

deixando na retaguarda criaturas na ignorância,

sem o conhecimento da verdade que liberta,

como informou Jesus.

Vislumbrando a orfandade a machucar

corações infantis, projetando a esses “pequenos”,

um caminho de amargura e tristezas,

estudemos a possibilidade de ofertar-lhes um lar

onde possam crescer sob a guarida do amor

e da solidariedade.

Descobrindo redutos de violência, onde crianças,

jovens e adultos se engalfinham em rusgas,

querelas e agressividade,

ofertemos noções de civilidade dando exemplos

de sociabilização, entendimento e paz.

Percebendo a existência de lares

onde reinam o desrespeito, infidelidade,

despotismo e tirania entre os cônjuges,

façamos chegar até eles a palavra de orientação

e esclarecimento, e, não sendo possível,

demos o nosso exemplo de dignidade

e nobreza de caráter para que, observando,

aprendam no tempo.

Em verdade, não somos melhores que ninguém,

mas com um pouco de dedicação, solidariedade e amor

temos plenas condições de movimentar muitos recursos

em favor dos que sofrem,

afastando os espinhos da dor que tantas lágrimas

fazem brotar.

Conhecedores que somos do “amai-vos uns aos outros”,

o que estamos fazendo em favor do próximo?