O Que Estamos Fazendo?
Onde urge a tempestade de dor,
arrastando corações aflitos na enxurrada do desespero,
transformemo-nos no abrigo acolhedor e amparemos,
dentro do possível, contribuindo de algum modo
para que o sofrimento diminua.
Encontrando irmão com fome,
à beira da loucura ou da inanição, façamo-nos
portador de um prato de alimento
ou de um pedaço de pão,
só erguendo-lhe a esperança,
mesmo que seja com alguma dificuldade.
Observando criaturas doentes
a perambular em busca de socorro,
lembremo-nos do Cristo quando avisou que
“os sãos não têm necessidade de médico”
e improvisemos a gota de remédio
em nome da caridade.
Registrando a presença de crianças abandonadas,
mesmo dentro de lares,
movimentemos recursos de amor e afetividade
para minorar, um pouco que seja,
seus padecimentos,
construindo instituições de amparo à infância
ou servindo nas já existentes.
Vendo jovens escorregando
pelos desfiladeiros das dependências tóxicas,
e seus familiares atolados no lamaçal das aflições,
falemos do valor da religiosidade e
saiamos de mãos dadas com eles em busca de Jesus,
proporcionando-lhes novos caminhos
e outras direções de vida.
Conhecendo chefes de famílias desempregados,
sem conseguir o sustento de cada dia,
no atendimento à rogativa básica dos filhinhos,
busquemos estender-lhes o nosso amparo,
ofertando roupas, calçados, comida e remédio,
sem censura ou perguntas inoportunas,
até que a situação se normalize.
Identificando o analfabetismo
e a ausência de cultura em qualquer comunidade,
montemos salas de aulas para difundir
ensinamentos oportunos,
pois não se poderá erigir uma sociedade,
deixando na retaguarda criaturas na ignorância,
sem o conhecimento da verdade que liberta,
como informou Jesus.
Vislumbrando a orfandade a machucar
corações infantis, projetando a esses “pequenos”,
um caminho de amargura e tristezas,
estudemos a possibilidade de ofertar-lhes um lar
onde possam crescer sob a guarida do amor
e da solidariedade.
Descobrindo redutos de violência, onde crianças,
jovens e adultos se engalfinham em rusgas,
querelas e agressividade,
ofertemos noções de civilidade dando exemplos
de sociabilização, entendimento e paz.
Percebendo a existência de lares
onde reinam o desrespeito, infidelidade,
despotismo e tirania entre os cônjuges,
façamos chegar até eles a palavra de orientação
e esclarecimento, e, não sendo possível,
demos o nosso exemplo de dignidade
e nobreza de caráter para que, observando,
aprendam no tempo.
Em verdade, não somos melhores que ninguém,
mas com um pouco de dedicação, solidariedade e amor
temos plenas condições de movimentar muitos recursos
em favor dos que sofrem,
afastando os espinhos da dor que tantas lágrimas
fazem brotar.
Conhecedores que somos do “amai-vos uns aos outros”,
o que estamos fazendo em favor do próximo?
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