sábado, 5 de setembro de 2009

A FOLHA QUE CAIU

As águas passavam lenta e calmamente naquele límpido riacho. Aquela manhã era tão linda! As folhas das árvores combinavam com o verde das minhas esperanças. Meus ideais se faziam claros e resplandecentes como o sol. Naquele curto espaço de tempo, pareceu-me uma eternidade, quando via transparente, minha vida tornar-se uma realidade.

Eu desejava ser livre como os passarinhos, sair, caminhar numa estrada sem rumo. Era o anseio da liberdade juvenil, escalar outros picos imaginários. Assim foi aclarando meu ideal. Eu queria voar livre como o elegante condor. Eu queria conduzir a vida com liberdade e maestria. Pensava naqueles que faziam parte de mim, minha mãe, meus irmãos crianças. Como deixa-los, troca-los pela liberdade tão querida e almejada. Num repente, uma folha verde despreendeu-se de uma árvore. Olho-a no seu trajeto, conduzida pela leve brisa matinal. Aquela pequena folha verde veio acomodar-se próximo a mim. Peguei-a com carinho e com ternura, acariciei-lhe o pequeno caule. Meus olhos naquele instante pareciam brilhar. Ali estava a resposta para minhas dúvidas e minha liberdade, para meus anseios desconfortantes. Uma límpida voz parecia eclodir na minha alma a me dizer: Nem mesmo as folhas libertam-se das árvores sem que Eu consinta. Naquele instante meus pensamentos claros, elevaram-se aos céus, como fosse uma humilde prece. Senhor! Fazei de mim um instrumento do teu amor, que eu seja como essa folha que se chegou a mim, para fazer a religião de união do meu coração a Ti. Que eu tenha a sabedoria de unir o amor ao coração; Que eu possa fazer a harmonia reinar nos ambientes discordantes. Por onde eu passar, possa deixar um pouco de mim, impregnado do Teu amor. Que eu siga o exemplo do Teu filho redentor; Que eu seja humilde como o cordeiro criança e que eu seja um pouco de Ti no amor e na esperança. Onde eu estiver, onde eu for, que Tu me sigas de longe, protegendo-me, como se eu fosse a mais delicada flor