domingo, 11 de outubro de 2009

As frustrações do homem moderno

Grande parte das pessoas, na sociedade atual, é infeliz, é frustrada. Você
já se perguntou por que isso acontece? Muitos são os estudos feitos para se
descobrir as possíveis causas da infelicidade do homem moderno e todos
apontam para um único e grande causador de tudo isso: o próprio homem.

O ser humano traz em sua bagagem, ao nascer, um plano de felicidade. Ele
traz consigo basicamente três motivações que o levarão a uma satisfação
pessoal, se as conseguir manter ao longo da existência. Uma delas é ter um
relacionamento pessoal satisfatório.

Outra é poder ser útil na comunidade em que vive e, por fim, crescer como
indivíduo, alcançando sua auto-realização. Se todas as pessoas conseguissem
atender a esses apelos do seu interior jamais se sentiriam frustradas ou
infelizes.

No entanto, há outros apelos muito fortes que vêm do exterior, que a
sociedade impõe como sendo indispensáveis: ter muito dinheiro, ter fama e
ser fisicamente atraente. E é quando o ser humano entra na luta pela
conquista de posses materiais, de fama e de uma aparência física atraente,
que muitas vezes se infelicita e se frustra.

E por que isso ocorre?
Porque, em sua maioria, as criaturas se esquecem das suas aspirações íntimas
e passam a lutar com todas as suas forças para conquistar o que a sociedade
convencionou chamar de homem bem sucedido. E, para "subir na vida", tantas
vezes não se importa em passar por cima de seus semelhantes, e mata uma de
suas motivações íntimas: a de ter um bom relacionamento pessoal.

Deixa de ouvir a voz da consciência que o chama à utilidade, junto à
comunidade, e passa a lutar por uma profissão que lhe dê status e fama. Se
aspirar, por exemplo, a ser um médico útil à sociedade, passa a ver na
profissão um meio de ganhar dinheiro e fazer fama, tornando-se um
comerciante da medicina, que só atende se for bem pago.

E para poder se manter fisicamente atraente, muitos indivíduos vivem à custa
de drogas e regimes cruéis, e passam a depender disso para manter as
aparências. E quando o corpo físico cobra seus tributos, em função da idade,
passam a esticar a pele por todos os lados, como se fosse possível enganar
as leis que regem a matéria.

O que o indivíduo não se dá conta, é que quanto mais luta para ter, mais se
esquece de ser e mais se infelicita. Os que conseguem conquistar posses
materiais, fama, e uma boa aparência, passam a empregar seu tempo e sua
saúde para mantê-los.

E os que não logram realizar esses sonhos estabelecidos pela sociedade, se
tornam infelizes e frustrados por se julgarem incapazes para tal. Jesus, o
excelente psicólogo da Humanidade, recomendou que envidássemos esforços para
conquistar bens que nem a traça nem a ferrugem consomem. E esses bens são as
virtudes do Espírito, que nos seguem pela eternidade afora.

Assim, quando o ser humano entender que o dinheiro é meio e não fim para ser
conquistado a qualquer custo, colocará esse bendito recurso a serviço do
progresso próprio e dos seus semelhantes em todos os sentidos. "Não vos
inquieteis pela posse do ouro", recomenda Jesus.

E na parábola do rico fazendeiro que só se importava em encher os celeiros
de forma egoísta Ele adverte: "Insensato que sois! Ainda esta noite lhe
exigirão a alma." Jesus, portanto, não disse que temos que desprezar os
bens terrenos, nem o dinheiro, mas ensinou que os bens terrenos aqui ficam
quando daqui partimos e que não vale a pena ganhar a vida e perder-se a si
mesmo.

Você vale pelo que é, e não pelo que tem ou pela sua aparência física. As
virtudes são os tesouros mais preciosos que você pode conquistar. Lembre-se
sempre de que nada vale à pena se tivermos que abrir mão da nossa dignidade,
da nossa honradez, ou dos nossos valores nobres.