domingo, 5 de julho de 2009

Quando a palavra é desistir...

Existe um momento
na vida de cada pessoa que o "e si?"
chega e tormenta a mente.

E se eu não fiz a boa escolha?
E se o caminho era outro?
E se depois de todo esse tempo
eu tivesse que voltar atrás?
E se meus sonhos
tomassem outra direção,
outras formas e me
conduzisse a outros lugares?
E se eu parasse tudo o que fosse
possível e recomeçasse?

Temos em nós o sentimento de que
quando desistimos de um caminho
tomado é como
se tivéssemos que reconhecer
abertamente nosso erro,
nossa má decisão,
nossa fraqueza como ser
humano que não soube ter o dicernimento
de fazer as escolhas certas na hora certa.

E o que dói mais não é o querer recomeçar,
pois se muitos pudessem ou tivessem
coragem bastante,
recomeçariam sem hesitação.

O que dói é o sentimento de ter perdido
uma batalha pela qual tínhamos nos empenhado,
é a sensação do desistir que nos
dá o sentimento de fraqueza,
sobretudo quando ouvimos tanto e tanto
que nunca devemos desistir.

Mas devemos desistir sim,
se a situação pede ou mesmo exige
de nós uma atitude.

Continuar num caminho que
sabemos íngreme só para dar aos
outros a idéia de que somos infalíveis
é criar em volta de nós uma imagem hipócrita,
pois mostramos ao mundo o que ele quer
ver e sepultamos nossos sentimentos.
E ninguém vê quando choramos escondido,
ninguém conhece a dor e o sentimento
de escuridão que atravessa nosso espírito
nos momentos em que nos encontramos
com nós mesmos,
ninguém sabe por nós o que é morrer
devagarinho dentro de si porque depois
de alguns passos nos
agarramos ao feito e consideramos
as nuvens como absolutamente inacessíveis.

Ninguém sabe por nós, não...

Há sonhos que estão
longíquos demais e outros
bem mais ao alcance das nossas mãos.

Não faz parte da sabedoria abraçar
o que está próximo e tirar o
néctar das flores que nos oferecem da
maneira mais sútil possível?

Se não pudéssemos mudar de idéia,
de opinião, de caminho,
Jesus nunca teria vindo na terra.

Se veio,
foi para que soubéssemos
que podemos desistir de idéias pré-concebidas,
de decisões anteriormente tomadas como boas,
de caminhos que só nos conduzirão à perda
do nosso eu e à diminuição da
nossa personalidade.

Desistir de algo que se almejou
e se lutou para ter não é dar um passo atrás.
Se não estamos satisfeitos,
o melhor é avançar e se isso significa
dar um passo atrás,
devemos dar esse passo sim!

Só podemos fazer os outros felizes
se nos sentimos felizes.
Ninguém fala da beleza da
lua e das flores se essa beleza não
tiver atingido seu coração,
se não estiver impregnada na sua alma.

Quem canta,
canta porque a alma canta e
canta até sem perceber.

Dar felicidade é possuir felicidade,
dar conhecimento é possuir conhecimento,
dar segurança é possuir segurança.

O legado que devemos deixar
aos nossos filhos não é o de uma
pessoa infalível e perfeita,
mas de uma pessoa que soube extrair
do âmago da vida e dos seus ensinamentos
aquilo que esta lhe ofereceu.