Medidas e desmedidas
Nem sempre sei onde encontrar
o equilíbrio para o bem-viver.
Aprendemos que devemos viver hoje
sem pensar no amanhã,
mas que tudo tem o seu tempo certo.
Alguns dizem que cada minuto é único,
insubstituível e irrecuperável
e outros que um minuto pode conter
toda uma eternidade.
Nos encontramos assim nesse vão
de não querer tomar decisões
precipitadas e não deixar o tempo
passar sem ter aproveitado tudo
e o máximo que podemos.
Não existem medidas na vida.
Tudo parece uma grande incógnita
e o sentimento de arrependimento
de ter feito e do não ter feito são
dolorosos da mesma forma.
Se voltássemos atrás para tomar outras decisões,
teríamos certamente outros tipos
de pensamentos e arrependimentos.
Não sabemos guiar a vida,
apenas acolhê-la.
A vida é imprevisível!
Imprevisíveis são as consequências
das decisões que tomamos
e das que prorrogamos.
Reconhecer os próprios erros,
assumi-los e aprender a gerenciá-los
é sinal de sabedoria e maturidade.
Magoar-se contínua e intencionalmente
porque pegou-se caminhos errados
é uma agressão desnecessária
contra o próprio eu.
O sofrimento não diminui a pena.
O importante é olhar para a frente,
assumir a vida como um todo,
viver as dores como um mal passageiro
e as alegrias como se pudessem
durar toda a eternidade.
Ninguém está isento das pedras,
dos caminhos tortuosos,
mas também não do nascer e do pôr-do sol,
dos campos floridos e dos momentos
de felicidade que fatalmente chegam.
A vida nos pertence num todo,
com as suas medidas e desmedidas!
E Deus não vê o que
fizemos ou deixamos de fazer,
Ele não nos condena continuamente.
Ele vê os propósitos do nosso coração,
a nossa vontade de ser e fazer melhor,
a nossa busca,
mesmo se por caminhos sinuosos,
da felicidade.
E Ele reconstrói nosso coração,
tal qual um oleiro amoroso do seu trabalho.
As pessoas que crêem nessas verdades
não deixarão de se ajoelhar e não
impedirão as lágrimas,
mas terão,
no fim da estrada,
a sensação de terem extraído todo o néctar
da vida e descansarão,
saciadas.
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