quinta-feira, 2 de julho de 2009

Desesperança

Todas as manhãs acordo
e sinto o mesmo vazio.
E a desesperança toma conta
sem espaço para mais nada.

Não vai demorar
numa dessas manhãs eu vou embora;
Mas permaneço na fila,
voltei para acertar comigo.
Nada faz sentido, eu sei.

Sou um rio que um dia foi riacho,
que começou num córrego
e que teve seu início num pingo,
manuseando as formas, prenchendo vazios.

A verdade nunca é feia.
Por mais que eu caminhe,
por mais que eu me entregue,
sou-me uma desconhecida.

E na escuridão que tudo cobre
posso ver a lágrima derramada,
sentir os ventos lascivos
que carregam meu corpo
na morte líquida e profunda
do meu outro eu que me observa
e me aguarda lá fora...