quarta-feira, 24 de junho de 2009

ONDE FOI PARAR A TERNURA?

Você, que já constituiu um lar com a pessoa que embalou suas horas nos primeiros momentos de namoro, às vezes se pergunta: onde foi parar aquela ternura de outrora?

Aquele afeto que nos unia como se fossemos um só, onde andará?

Quando ouve aquela música que costumavam ouvir juntos e seu coração vibra com a mesma emoção dos tempos idos, pensa em silêncio: o que aconteceu com aquele doce encantamento do início?

Olha para o companheiro ou companheira e tem a impressão de que já não vê mais a mesma pessoa.

Uma onda de saudade lhe invade a alma e a melancolia chega com sabor de amargura.

Parece que as cinzas das dificuldades abafaram a chama do amor...

Todos esses capítulos fazem parte da história de grande parte dos casais.

O que acontece é que nos envolvemos com os compromissos de tal forma, que esquecemos de manter acesa a chama afetiva dos primeiros tempos.

Na realidade ela não se apagou e, por vezes, está ainda mais forte. Nós é que não nos damos conta disso.

É natural que a paixão arrebatadora que propiciou a união, ceda lugar a uma amizade que somente o tempo de convívio pode sedimentar nos corações. E essa amizade vai se consolidando dia após dia, nos mínimos cuidados que quebram a rotina.

Uma balconista da seção de cosméticos de uma loja conta que um dia notou um rapaz a observar umas caixas de sabonete expostas no balcão. Ofereceu-se para ajudá-lo e ele aceitou dizendo que desejava comprar uns sabonetes finos para presentear a esposa. Por fim escolheu uma caixa bem vistosa e pediu para que ela fizesse um embrulho bem bonito.

Uma semana depois, a balconista notou que o mesmo rapaz estava em outra seção olhando artigos para senhoras. Dirigiu-se a ele e lhe perguntou se a sua esposa havia gostado dos sabonetes que ele levou no outro dia.

- Bem, ela ainda não os achou, foi a resposta. Veja, senhorita, eu tenho um plano. Escondo algo para que minha mulher encontre sem esperar. Ela encontrará os sabonetes na próxima semana, quando for limpar a dispensa. É uma surpresa para quebrar a monotonia do serviço caseiro, concluiu o jovem esposo.

São esses cuidados e atenções que alimentam a chama da amizade e do afeto verdadeiros.

Não são necessários grandes feitos para cultivar a ternura, mas é preciso que sejam constantes e que o respeito seja parte integrante do relacionamento.

Um mimo inesperado, uma palavra de incentivo, uma flor singela, um abraço, um gesto de carinho, são ingredientes seguros para a manutenção de qualquer casamento. E o que é melhor: não têm contra-indicação.

* * *

“O casamento é uma sociedade de ajuda mútua, cujos bens são os filhos, espíritos com os quais nos encontramos vinculados pelos processos e necessidades da evolução.”