A INTRÉPIDA NOVA ERA
De um modo geral a vida que levamos hoje é, deveras, muito diferente da que tínhamos tempos atrás. Em outros tempos não existia a preocupação com os raios ultravioletas. Quando íamos à praia, não tinha horários apropriados para o banho de mar, o horário era em qualquer hora e quanto mais sol melhor. Não tínhamos que nos preocupar em passar os cremes protetores, nem os bronzeadores, por que tudo isso era ao natural. O único protetor que existia era o guarda-sol com o cabo fincado na areia, para se ter aquela sombrinha deliciosa do momento. Eu creio que os cremes protetores da pele nem existiam, talvez por que não eram necessários. Hoje, até dentro de nossa casa recomenda-se o uso de protetores, para quando sairmos a nossa varanda ou ao quintal estejamos protegidos contra os raios ultravioletas. O cabelo se existia tingimento, era o natural. Os grisalhos acentuavam as cãs e o brilho dava o retoque final para o deleite da satisfação pessoal. Talvez de tanto procurarmos a fonte da juventude, a descoberta nos chegou com as agressões às camadas protetoras de ozônios. Abertura ali se fez, e cada dia que passa o alargamento se expande para a satisfação dos industriais dos cremes protetores. A indústria cresce e fica mais rica, novos produtos são lançados com indicação de horário, este é para a parte da manhã e aquele para a parte da tarde, e por aí vai, enquanto o ser humano fica mais pobre. Sim, fica mais pobre da proteção natural que a natureza criou, e que, infelizmente, o homem tenta destruir.
Antigamente as rugas da face ou das mãos, era um motivo de orgulho pelos anos já vividos, era um distintivo que impunha respeito e carinho aos mais novos, era um motivo de satisfação pela satisfação de ter o belo natural, que o tempo presenteou. Enquanto que hoje, nesse tempo que chamamos de moderno, os cremes antirugas são lambuzados diuturnamente na face e nas mãos, como se quiséssemos impedir a progressão da beleza natural, que os anos transcorridos nos querem maquiar.
Não se iluda, pois o que chamamos de progresso, não é nada mais do que um terrível retrocesso imposto ao homem, pelo próprio homem.
|