QUANDO FORMOS VELHINHOS
Um dia, quando já formos velhinhos,
co a ternura da vida, por companhia,
hei-de levar-te, no frescor da manhã,
as rosas mais bonitas, para te ofertar.
Teu primeiro gesto, depois do agrado,
será um leve rubor em todo teu rosto
com as palavras a fugirem-te sem ter
querer, e, longo beijo, então selamos.
Com toda a cortesia pedes-me pra vir
para dentro de casa, e, bem juntinhos,
um doce aroma toma conta do recinto,
co cheiro a bolinhos acabados de fazer.
Com a perícia de uma cozinheira, abres
o forno, e, minha vista, perde-se entre
as guloseimas, aguçando meus sentidos,
enquanto preparo as xícaras, com o café.
Bambinelas coloridas, abertas as janelas,
em silêncio tomamos o pequeno almoço,
podendo ver ao longe, animais pastando,
no fundo tudo o que desejamos para nós.
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