domingo, 28 de setembro de 2008

A PEDRA E O LIMO

Ruas, travessas, esquinas, o carro que passa,

o som da buzina, já faz tanto tempo,

dá cá um abraço, um aperto de mão.



No sobrado ao lado, alguém acena...

Muro de pedras, cheias de limo.

Algumas casas mudaram, já não são mais as mesmas...

As pessoas também não!



O Bar do Armando, agora é um depósito,

a quitanda virou sacolão, e o armazém: oficina.

Tudo mudado!



Eu também mudei, já não moro mais aqui,

já não tenho vinte anos, não me restam tantos planos

e na possibilidade do engano, não quero virar um depósito.



Melhor virar oficina, vivo me ajustando,

recondicionando-me, pra sobreviver às avarias.



Incomoda-me a proximidade da pedra,

assusta-me a possibilidade do limo.