Jangada Errante
Queria sair ao mar numa jangada errante
tocando meu violão na madrugada,
interrogando à lua prateada
que faço com este coração vibrante.
Mas a lua se esconde, já distante,
e o sol da praia azul estonteante
não quer saber da pergunta atrapalhada
e vai brincar com o vento na enseada.
Talvez nem saiba a resposta que desejo
ou não queira responder, com pejo
porque já não entende de sonhar.
E este meu coração abandonado,
nascedouro de medos e carências
fica ali, sem resposta, à beira-mar.
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