quarta-feira, 30 de julho de 2008

Saudade...Lembrança...

...podem parecer sinônimos.
Idéia igual, mas diferente no sentir.

Lembrança é da memória, saudade é da alma.
Muitas lembranças, poucas saudades.

Lembranças surgem com um cheiro,
uma música, uma palavra.

Saudade surge sòzinha,
emerge do fundo do peito onde é guardada com carinho.

Lembrança pode ser boa, mas quando não é,
pode-se afastá-la convocando outra lembrança ou convocando outro
pensamento para o lugar, ligando a tv ou lendo o jornal.

Saudade é sempre boa, mesmo quando dói,
e não se apaga mesmo que outra pessoa tente ocupar o lugar vazio.
Ela pode coexistir com um novo amor, sem machucá-lo.

Lembrança é de algo real, de um lugar, uma época, uma pessoa.
Saudade pode ser do que não houve, de uma possibilidade,
de lábios jamais tocados.

Lembrança pode ser contada, medida, localizada, e com algum esforço,
pode até ser calculada com uma fórmula matemática,
ao gosto dos engenheiros.

Saudade é dos poetas, é pautada em rimas e melodias;
vontade de ver outra pessoa, segundo os poetas,
teria outro nome, seria uma saudade com tempero, eu acho.

Lembrança pode ser sem som, pode não doer.
Saudade jamais é sem som.
Se ela não vier com música de fundo, a gente coloca,
só para ficar mais bonita, mais gostosa de sentir,
para preencher mais a alma vazia.

Lembrança vence a morte,
mas conforma-se com a ausência, respeita convenções.
Saudade ignora a morte, vence distâncias. barreiras e preconceitos.

Lembrança aceita nosso comando, vai e volta quando queremos.
saudade é irreverente, independente e auto suficiente.

Gosto mais da saudade, e você?