quarta-feira, 30 de julho de 2008

Tenho raiva de mim!

Tenho raiva de mim... Tenho muita raiva!
Raiva por acreditar em tudo... Por sonhar!
Raiva da poesia que me faz tola, sensível!
Por ser visionária e por todos querer amar!

Tenho tanta raiva do meu coração imbecil!
Raiva... Raiva... É imensa a minha raiva!...
Raiva da esperança que move minha vida.
Da sensibilidade... Essa horrenda praga!...

Chega... Chega de homéricas decepções!
Este mundo cruel não comporta emoções!
Não admite poetas e as suas alucinações!
Nele só conta o vil metal e suas aberrações!

Tenho raiva!... Tenho!... Tenho raiva de mim!
Raiva da lágrima dorida que banha meu rosto,
Das noites de insônia que me fazem pensar,
Que sou a culpada de todo o meu desgosto!

Tenho raiva e vergonha por ser humana...
Tenho raiva por ser vista como a boazinha,
Como aquela poeta maluca... Sonhadora,
Que faz poesia à toa. Coitada tão bobinha!

Tenho raiva de mim... Da minha Poesia!
Tenho raiva da companheira madrugada!
Que me convida a voar, viajar em versos...
Ferindo ainda mais minha alma marcada!

Mas do que falo eu... O que estou falando?
Seria eu tão errada... Por amar assim?...
Tenho que aceitar o mundo não é pra mim!
O desamor me engoliu... Venceu-me enfim!