CUIDEMOS DE NOSSAS CRIANÇAS
Crianças embriagadas de solidão,
abandonadas aos despropósitos,
de uma infância sem valores,
em conflito interior, para com a
sociedade, sofrem a desaprovação,
de quem por elas passa, como um
incómodo a repelir, sem ter apelo.
Crianças sujas e cheirando cola,
de olhos embaçados pela droga,
pedindo aqui e ali, algo que comer,
são arrastadas, para os confins da
cidade. Vergonha de tantos, esmola
vão pedindo, com ares de rufia,
não se entregando às vicissitudes.
Seu fiel companheiro, cão sarnento,
aquecendo-as com o corpo canino,
nas noites mais frias e desoladoras,
devota-lhes total fidelidade.
E ambos procurando o alimento,
na lixeira mais próxima, defecada,
a tudo julgam brincadeira, de petiz.
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