quarta-feira, 2 de julho de 2008

Acalma-te!

À duras penas, arranco-te de meu corpo, coração insano.
Coração, inconseqüente, que insiste em acreditar...
...puramente crer em tudo o que a ti mostram,
Tudo o que tão lindamente floreiam.
Coração infantil, por que nunca cresces, por que não aprendes?
Acabo por não querer-te, coração bandido.
Pois ainda pregas peças, ainda te envolves, ainda te iludes.
Não te quero em mim, romântico incorrigível.
Abro mão de ti, deletando em mim o sofrer.
Transplanto-o por novo coração,
insensível como tantos outros por ai!
Um novo coração que saiba manter suas portas trancadas,
Que tenha em si um escudo invisível
E que se utilize de meus olhos de lince
Para identificar onde colocar meus pés.

Por favor meu coração, pequena criança assustada,
Não chore mais, não desesperes.
Embora não te queira mais como és,
Guardar-te-ei em uma caixinha de cristal
Onde ficarás protegido e onde manterás nossos segredos.
Se continuares em mim, não sobrevivo.
Rogo que me entendas!
Coração, acalma-te!
Sossega esta dor e angústia.
Se continuares a ser como és,
Não sobreviverei!
Dependo de ti para prosseguir!
Se não queres que te abandone, ajuda-me!
Acalma-te...
Acreditas demais.... no amor, na justiça, na verdade.
És ingênuo demais!
Não leves mais lágrimas aos meus olhos.
Não suporto mais!
Deveríamos estar unidos, mas qual!
Não me ajudas!
Sei... és tu que queres ajuda!
Então façamos um trato:
Antes que abras tua porta novamente,
Consulte-me, ande devagar, pise sobre ovos.
Pensa, repensa, reflita.
Não permitas tua entrada em ilusões vãs e passageiras.
Fortalece! Cresce! Racionaliza!
Não te permita devaneios.
Se aceitares este pacto, repenso!
E permito que fiques.