sexta-feira, 6 de novembro de 2009

Quatro estações

Quatro estações são necessárias

para que se possa passar adiante depois de uma perda.

O primeiro tudo depois da morte

é sempre o mais difícil:

o primeiro aniversário, o primeiro natal, o primeiro réveillon,

as primeiras férias...

são as ocasiões mais doloridas.

Mas o passar dos dias ameniza a dor e vai dando lugar

a uma certa nostalgia, ao carinho da lembrança.

Pensamos no instante da perda que nunca mais

seremos capazes de sorrir, mas isso não é verdade.

Depois de algumas auroras e alguns entardeceres,

vamos descobrindo que a vida ainda está muito presente,

que ainda somos capazes de nos alegrar com outras coisas,

sem que isso diminua o amor e a saudade

que sentimos de quem partiu.

Aceitamos dificilmente a morte porque

nos esquecemos com facilidade

que nossa vida na terra é apenas uma passagem.

E quando alguém parte, é como se acordássemos

para essa realidade: somos eternos para a vida,

mas não a terrena!

Inconscientemente pensamos na nossa própria morte

e na daqueles que ainda estão conosco.

Mas... enquanto o sangue pulsar nas nossas veias,

é a vida que pulsa e

tudo o que podemos e devemos fazer é vivê-la.

Alguém que amamos parte para sempre

e isso é tremendamente doloroso.

Essa pessoa é insubstituível ao nosso coração,

já que cada pessoa é única em si no nosso viver

e somos conscientes disso.

Mas outros que amamos e que nos amam ainda estão por aqui

e isso deve ser motivo de alegria e reconforto.

Por esses, pelo menos, devemos nos reerguer, reagir,

fazer um esforço. E para nós, para nosso bem.

Deus nos consola; amigos, família nos consolam...

só precisamos é aceitar as mãos estendidas.

Quatro estações e um pouco de paciência...

o sol vai brilhar novamente,

a alegria vai de novo encher o coração

e tudo vai voltar ao normal.

É preciso acreditar nisso!