quarta-feira, 31 de outubro de 2007

AVASSALADORA AUSÊNCIA

Gotas de suor brotam do seu corpo,

da sua pele branca...

Embriagadora presença,

avassaladora ausência.



A sensação da sua pele lembra seda macia,

os seus seios fartos...

Se continuar lembrando eu infarto,

mas não consigo parar!

Parar de amar é um castigo

que eu não quero me imputar.



Só me resta mergulhar neste rio,

afogar-me em seu colo,

só para respirar o seu cheiro,

só para fazer você me respirar.



E o que eu faço com o desejo

de sentir em minhas mãos os seus pêlos?



Se você deixar, eu me aquieto,

se você deixar eu penetro

em seu quarto, em seu leito, em seu corpo.

Instalo-me, de um jeito, assim abusado

e fico sendo sua cicatriz preferida,

que vai arder, vai doer, vai incomodar,

só para que você não se esqueça

que toda a vez que eu choro,

choro a dor dos poetas,

choro feito criança,

choro de saudades, confesso!

Pois já não existe remédio

que possa curar o que eu sinto.

Se inventarem um, eu não tomo,

senão pode vir o mal do abandono

e a esse, certamente,

só vai me restar morrer de tanto amor.