segunda-feira, 29 de outubro de 2007

É TEMPO

É tempo de caminhar em silêncio,

o sol entardece lá fora,

primavera ardida de outubro,

logo-logo anoitece,

e a lua vem nos abençoar.



É tempo de fazer uma prece,

para todos os estranhos deuses

que habitam nossas entranhas.

Cada um de nós tem o seu!

Alguns, até, mais de um!



É tempo de dizer te amo!

E que apesar de todos os enganos,

melhor não poderíamos fazer.

Até por que não saberíamos,

ainda há, muito, o que aprender.



É tempo de beijar nossos filhos

e pedir perdão pelos desatinos,

pelas heranças amargas e insanas,

semente de erva daninha

que erramos ao cultivar.



É tempo de abrir portas,

janelas, porteiras, cancelas;

romper fronteiras distantes,

acabar de vez com as esperas...

Não tarda alguém vai chegar!



É tempo de abraçar os amigos,

dizer do aconchego preciso,

olhos nos olhos sem mascaras,

tocar o coração do inimigo,

semear compreensão.



É tempo de brindar nossas vidas,

de curar em nós as feridas,

de enxugar de vez todo o pranto,

pois apesar de toda a loucura,

agora é hora de consertar.



É tempo de tomar o trem!

Amanhã, antes do anoitecer,

quando o sino tocar seis vezes,

aonde quer que estejamos,

estaremos pensando em vocês.



É tempo de dizer adeus!

Faz de conta que fomos melhores,

pois não foi tão grande o estrago.

Quem sabe uma nova chance?

Custa nada acreditar!