A NATUREZA SOFRE
Penetrei no silêncio do arvoredo,
Orientado pelas curvas do rio...
Um silêncio tétrico, frio,
Trouxe-me medo,
Ouvi um pio, sentia arrepio...
Lá, depois do rio,
Cantava um sabiá,
Era encantdor, quis ir lá,
Mas tudo parecia mistério,
Até o canto do sabiá...
Árvores imensas abrigavam o passado...
Em silêncio fiquei a espreitar...
Nada eu via além daquele rio sinuoso,
Que deslizava e sumia silencioso.
Não havia, sequer uma borboleta,
Talvez porque não tivesse flores...
Olhei em meu derredor,
Vi galhos secos ao chão,
Apertou-se meu coração,
Pensei... decedi sair dali...
Voltei para o mundo do alarido,
É um mundo sofrido...
Então tive um desejo profundo,
De entender esse mundo,
Sentia-me perdido...
Esse é o mundo da incoerência,
Por isso, a natureza vive triste,
O dedo do homem em riste,
Determina a violência
Fere, sangra a floresta
Acaba a festa das flores.
Já não se vê os colibris,
A natureza agoniza de dores,
Aos pouco some-se a beleza
E tudo se torna triste
Na natureza.
|