segunda-feira, 29 de outubro de 2007

A NATUREZA SOFRE

Penetrei no silêncio do arvoredo,

Orientado pelas curvas do rio...

Um silêncio tétrico, frio,

Trouxe-me medo,

Ouvi um pio, sentia arrepio...



Lá, depois do rio,

Cantava um sabiá,

Era encantdor, quis ir lá,

Mas tudo parecia mistério,

Até o canto do sabiá...



Árvores imensas abrigavam o passado...

Em silêncio fiquei a espreitar...

Nada eu via além daquele rio sinuoso,

Que deslizava e sumia silencioso.

Não havia, sequer uma borboleta,

Talvez porque não tivesse flores...



Olhei em meu derredor,

Vi galhos secos ao chão,

Apertou-se meu coração,

Pensei... decedi sair dali...



Voltei para o mundo do alarido,

É um mundo sofrido...

Então tive um desejo profundo,

De entender esse mundo,

Sentia-me perdido...



Esse é o mundo da incoerência,

Por isso, a natureza vive triste,

O dedo do homem em riste,

Determina a violência

Fere, sangra a floresta

Acaba a festa das flores.

Já não se vê os colibris,

A natureza agoniza de dores,

Aos pouco some-se a beleza

E tudo se torna triste

Na natureza.