sábado, 13 de dezembro de 2008

SOB O QUARTO MINGUANTE

Mingua esta noite a lua no infinito
em azuis telhados raios delgados
fazem de mim um mísero subscrito
pelo silêncio das horas arrastado.


O brancor da luarenta noite escorre
derramado leite neste manto estrelado
aureolando a última estrela que morre
em meus olhos no negro angustiado.


Da nebulosa apenas o espectro visível
é teu sorriso abraçando o descampado
que se alastrou em chama indestrutível.


E da difusa mancha o tom amanteigado
entranha o quarto minguante em mim
recrudescendo a dor desta saudade sem fim.