terça-feira, 24 de junho de 2008

Já é de novo noite escura

Não sei dizer como doía.
Há muito deixei de questionar a lógica
De meus atos, de meu sentir.

Perdida em meus pensamentos,
Nesta casa tão grande e tão vazia,
Com a porta sempre aberta,
Espero na calmaria.

Dia após dia.
Anos após ano.
Do outro lado da porta, observo.
A vista já turva.

E me acabo.
Lentamente.
Como a borboleta na chama.
Como a água que se mistura
E morre na areia...

Que noite longa tem sido
Esta espera.
Já é - de novo -
Noite escura.
Sem estrelas.
Sem lua.
Sem nuvens.
Destruídas antes do nascer!

E, agora, finda a luz
Não tenho ninguém para chorar.
O desejo sussurra em minh´alma,
Como o sol que se reflete na água,
Belo, inacessível, na solidão!