meu registro de vida...
Lendo-me...
Assim me sinto,
mesmo que os alfarrábios amarelecidos
quando em vez,
façam-me sentir o gosto do absinto...
daquilo que procurei nas estradas,
e estava no céu...
pra ser mais exato:
o que procurei,
estava bem aqui ao meu lado.
Por vezes parado
e pelo fato de ser alado,
por vezes volitando,
num vôo encantado...
Observei-me e anotei-me
quando vaguei pelas encruzilhadas,
onde ora encontrei mel,
ora encontrei fel.
Hoje contorço-me de fato
pois que meus atos
fizeram-se mais pesados.
Bem mais explicitados.
Mas nada mais simples e vero
que um livro envilecido
sincero, verdadeiro,
pintado pelo tempo,
abrigando uma vida de guerreiro...
Nossa como sinto que vivi!
Como observo que também
deixei de viver,
ao embrenhar-me pelo que
não deveria ser...
Mas é vida.
E vida é um mesclar
de sensações inteiras,
que se impregnam nas rugas,
que se incorporam às mãos,
enquanto a gente segura o velho livro
enganosamente corroído,
pois que ele é adornado pela beleza singela
da sagrada emoção...
Do que fez-se realmente,
viajando pelo nosso coração...
Gosto dessas mãos...
Gosto desses ditos...
Gosto desses cantares
que pensei finitos,
mas que hoje sei,
são infinitos.
Minhas batalhas, minhas lidas.
Meu registro de vida...
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