domingo, 31 de janeiro de 2010

Renascer

Pisotearam o canteiro
que adornavam o caminho
Não tiveram pena das flores
Não pensaram na beleza das cores
Não se importaram com a singeleza
dos lânguidos gestos quando acariciadas
pelo vento

Pisotearam o jardim
que adornava a jornada
Acreditaram sobreviver à dependência
já existente
Pensaram sobreviver sem a doce embriagues
Provocada pela mistura dos aromas já conhecidos

Prossigo plantando flores...

Necessito das cores
Nelas busco a essência da vida
Preciso das borboletas que a visitam
Não vivo sem a delicadeza do beija-flor
Ao sugar o néctar da certeza da sobrevivência...
A necessidade desesperada de uma sobrevida!!!

Pisotearam todas as flores
Espinhos feriram de morte o incauto coração
Revolveram a terra
Na tentativa de atingir raízes
Mas em vão...

A própria terra remexida deu alento
Confirmou a esperança
Deu a garantia que novos verdes surgiriam

Pisotearam as flores
Mas o pranto molhou a terra
Fez germinar novas sementes
Fez nascer novos brotos

Expôs ao sol as novas folhas que pediam ajuda
E o calor se fez presente
Trouxe consigo nova energia
Secou o triste pranto que retornou
como chuva calma, miúda e fria

Um manto de alegria!

Pisotearam as flores
Esqueceram a vida
Esqueceram a esperança
Esqueceram a força que do sol emana
Pisotearam as flores...
Mas não conseguiram matar a semente!!!