segunda-feira, 26 de janeiro de 2009

A PORTA DO CORAÇÃO

Amiga, como são desejáveis os caminhos do amor, mas como são tristes os momentos de solidão! Não sei se você entende de amor tanto quanto eu entendo de solidão. Falar de amor eu pouco sei, mas não é por falta de entendê-lo, por que quem tem o coração aberto, por certo sabe que nele também entra o amor, e quando ele é demais, escorre lentamente pelas artérias da compaixão, indo desaguar num oceano de solidão. É nesse oceano que eu me banho todas as noites, procurando entender por que não existe trégua de paz entre a solidão e o amor. Às vezes eu busco um ombro amigo cheio de ternura, onde possa reclinar minha cabeça e descansar minha solidão. Eu já sofri tantos desencontros que este encontro com você mais parece um remanso estacionado na emoção.

Sabe minha amiga, eu queria saber reconhecer o amor quando ele está em fase de nascimento, quem sabe ele não aceite unir um coração que é tão livre de solidão, a outro coração, hoje descansando em pensamento.

Às vezes nós fugimos do amor pensando que ele é mais uma solidão querendo entrar em nosso coração, e o amor como criança entristecida vai embora, ao encontro da saudade, dele há tanto compadecida.

Escuta! Quando você que entende tanto de felicidade quiser mostrar a um jardineiro, o caminho para o amor encontrar, é só pedir a sua emoção para conduzi-la até o lugar chamado solidão e ali a porta do jardim estará sempre aberta, essa porta do coração.