domingo, 2 de novembro de 2008

S E N H O R

Se eu não puder ser o que eu desejo,

que eu seja o que desejas de mim.

Se eu não puder ser a árvore que dá frutos,

que eu seja o arbusto que dá sombra.

Se eu não puder ser o rio que inunda a terra,

que eu seja a fonte que dá de beber.

Se eu não puder ser uma estrela no céu,

que eu seja uma luz que anima as esperanças.

Seu eu não puder ser o teto que abriga a todos,

que eu seja a porta que se abre a quem bate.

Seu eu não puder ser o mar que liga os continentes,

que eu seja o porte que recebe a nave.

Se eu não puder ser o bosque que floresce,

que eu seja o pássaro que nele canta.

Seu eu não puder ser a roseira carregada,

que eu seja o perfume de uma flor.

Se eu não puder ser a melodia que enleva,

que eu seja a inspiração de cada verso.

Seu eu não puder ser o vento que arrebata,

que eu seja a brisa que acaricia.

Se eu não puder ser o livro que ensina,

que eu seja a palavra que comove.

Se eu não puder ser a messe que promete,

que eu seja o trigo que vai ser o pão.

Se eu não puder ser o fogo que incendeia,

que eu seja o óleo que mantém a chama.

Se eu não puder ser o rico que tudo pode,

que eu seja o pobre que não nega nada.

Se eu não puder ser a chuva que irriga o solo,

que eu seja o orvalho que umedece a flor.

Se eu não puder ser o tapete no palácio dos reis,

que eu seja o agasalho na casa dos pobres.

Se eu não puder ser o sorriso que encanta,

que eu seja a impressão que ele deixa.

Se eu não puder ser a felicidade que todos buscam,

que eu seja feliz em tudo para todos.

Se eu não puder ser toda a bondade do mundo,

que eu seja bom como todo o mundo espera.

Se eu não puder ser a eternidade,

que eu seja o tempo em que nos fala.

Se eu não puder ser o amor que tudo começa,

que eu seja o amor que faz chegar ao fim!