quinta-feira, 11 de outubro de 2007

VALSANDO

Ouço uma música que ressoa por toda cidade
uma valsa pelas ruas perdidas
Poetas ouçam a melodia no ar
Pois música e poesia
São unas na dor
ou no alegria do versejar
Algumas lágrimas me escapam
entre um acorde e outro
Meus ouvidos atentos buscam a música
Entro numa sala brilhante
como se invadida por milhares de vaga-lumes
Mulheres belas em brilhantes e pérolas
No meu colo apenas pétalas de esperanças
e flores sonante nos olhos
que se ofuscam ante tanta luz
Ali sem convite e solitária
num mundo que não me pertence
Vejo-te
Belo e garboso
Aproximas-te com vermelha rosa á mão
e pedes uma dança.
Nossas mãos se unem
como em sublime oração
Minha mão sobre a tua boca
peço que não digas nada.
tenho medo do sonho acordar
Atrevido pousas um beijo doce
suave nos lóbulos de minha orelha
e um sorriso se despe de ti
ao som do meu sussurrar.
Meu corpo se resume à extremidade que se entrega,
que se oferece, que convida,
sinto o ar de tuas narinas contra a pele úmida
Então abrimos os olhos e sorrimos
surpresos com a própria entrega
nem percebemos a valsa terminar
E nos olhos e no sorriso que me abraçam
se pintam tanto calor e desejo
que ganho de presente a certeza
de outras valsa contigo dançar
Valsa de uma vida
onde pousarei minha mão no teu peito
e ela se fará eternamente tua
Olhos
meus olhos se fecham
com o este sonho poético de um eterno valsar
Não olhem para cima
estou contigo a dançar....