segunda-feira, 4 de janeiro de 2010

POEMAS DE PAZ

Depois que as vagas se arrebentam nas pedras e todo o dorso do
oceano se agiganta numa incontida ânsia de crescer, para; uma brisa,
então, varre todo o seio das águas transformadas em espelho sereno. A
preamar é como a paz da natureza respondendo à violência do magnetismo
lunar sofrido pelas águas imensas...

*

Se fores sacudido de encontro às rochas da vida e atraído no
fluxo e refluxo dos vendavais dos caminhos a percorrer, conserva o bom
ânimo e prossegue, pois que chegará o momento da tua paz. Se nesse
instante de serenidade tiveres força para sintonizar com a Divina
Providência e agradecer as lutas, integral será a tua paz, porque
decorrente da mansuetude inalterável de quem confia em Deus.

*

Paz é coroa de bênçãos que pousando na cabeça do desfalecente
inunda-o de alegria, embora o fardo pesado das dificuldades a vencer.

*

O areal não tem fim e o horizonte se rasga no infinito. A
caravana na areia é um ponto de treva sob o grito escaldante do sol.
Aquela caravana, porém, tem um fim a alcançar. O condutor fita o céu
e, se é noite, deixa-se guiar pela estrela luzente, que lhe aponta o
objetivo. Vence,então, a solidão, o cansaço, o areal, a sede, a fome,
a tempestade, sofre e supera a dor. Chegando ao destino, apresenta as
contas da viagem e, só então, repousa, somente agora frui a paz. A paz
que o invade é decorrente do dever conscientemente exercido.